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Santo Agostinho e a busca em Deus

 

 

 

Dentro em nós, sempre existe um lugar a ser preenchido, uma sede na alma, que nada satisfaz. Vivemos em uma busca constante de encontrar algo que possa preencher este vazio que sentimos.

E Santo Agostinho nos mostra este caminho da vida interior. “Fizeste-nos , Senhor para Vós e o nosso coração vive inquieto, enquanto não repousar em Vós.” (Confissões Livro I, cap. 1). Mas, como podemos amar a Deus, ou até mesmo deixar que Ele preencha o nosso coração, se não o conhecemos? Santo Agostinho nos fala que é preciso entrar no íntimo do mais íntimo que existe em nós para assim encontrarmos Deus. Isso vai além dos sentidos, e o amor de Deus supera toda a beleza dos sentidos, é superior a todas as doçuras que experimentamos.

Santo Agostinho queria saber quem era Deus, O buscava nas coisas, e todas elas respondiam: “Eu não sou Deus”, até que buscou a ver a beleza de Deus nas criaturas. Então Santo Agostinho começa a procurar Deus dentro de si, pois é no interior que acontece o verdadeiro encontro com Deus. “ Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora! Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das tuas criaturas. Estavas comigo, mas eu não estava contigo. Retinham-me longe de ti as tuas criaturas, que não existiriam se em ti não existissem. Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez. Fulguraste e brilhaste e tua luz afugentou a minha cegueira. Espargiste tua fragrância e, respirando-a, suspirei por ti. Eu te saboreei, e agora tenho fome e sede de ti. Tu me tocaste, e agora estou ardendo no desejo de tua paz”  ( Confissões Livro X, cap. 27).

Por este encontro e por esta busca é que respondemos com o salmista: “Sois Vós, ó Senhor, o meu Deus. Desde a aurora ansioso vos busco. A minha alma tem sede de Vós, como a terra sedenta e sem àgua.” ( Sl. 62). Somente em Deus, todas as lacunas que existem em nós serão completas.  “Assim também no secretíssimo Deus, a quem tu desejas compreender, devem-se considerar três coisas: que existe, que é conhecido e que faz com que as demais coisas sejam entendidas. Ouso ensinar-te duas coisas, isto é, conhecer-te a ti mesmo e a Deus” (Solilóquios Livro I, cap. 8 ,15).

É a nossa união perfeita com Deus que nos faz dar passos em direção a Ele, sermos santos, e a nossa vida, assim,  toma um sentido pleno.

“Quando estiver unido a ti com todo o meu ser, não mais sentirei dor ou cansaço. Minha vida será verdadeiramente vida, toda plena de ti” (Confissões Livro X, cap. 28).

Que Santo Agostinho interceda por nós, para que possamos viver verdadeiramente este encontro com Deus.


 

Nosso Pai Santo Agostinho,

buscador da Sabedoria Divina,

rogai por nós!

 

 

Autora: Irmã Maria Juliana da Silva Rodrigues, asjm

24/08/2023

 

 

"Apaixonar-se por Deus é o maior dos romances;
procurá-Lo, a maior das aventuras;
encontrá-Lo, a maior de todas as realizações."
(Santo Agostinho)