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Sejam Louvados Jesus e Maria!

 

Por ocasião da celebração do aniversário de fundação de nossa congregação falaremos de como tudo aconteceu. Voltemos na Itália, no ano de 1821...

 

Depois de um tempo a serviço da Família Stampa, Teresa Spinelli, decidiu viver sua dedicação a Deus e ao próximo. Desde de 1821, quando abriu uma escola pública, ela e suas companheiras tinham um desejo de se ofertarem a Deus, nesse tempo Teresa expressa o seu desejo de fundar “uma espécie de Mosteiro ou Conservatório”. Esse desejo se intensificou após ganhar o ex-convento agostiniano.

Em 7 de setembro de 1826, Teresa e suas companheiras tomam posse do local. A prioridade de Teresa era logo restaurar o local destinado a escola e a capela.

A primeira biografia salienta que mesmo sendo difícil a mudança delas para o ex-convento, a confiança de Teresa Spinelli aumentava mais na certeza que Deus tudo pode.

Ao expor o seu projeto de fundação ao Bispo diocesano, provavelmente onde foram redigidos as Constituições para o novo Instituto.

Irmã Serafina Frattali não relata as Constituições escritas por Spinelli, mais escritas pelo Cardeal Pietro Marcellino Corradini em 1717 que numerosos Institutos femininos adotaram para si. Teresa foi convidada a assumir com as modificações necessárias para serem aprovadas com maior segurança para a nascente Instituto. A escolha destas Constituições por parte de Teresa e do Monsenhor Cipriani aconteceu depois do dia 26 de julho à 9 de agosto de 1827, data da qual o bispo enviou uma carta ao secretário da Congregação dos Estudos para obter do Pontífice a aprovação das Constituições de Corradini para a nova fundação. Provavelmente a decisão foi tomada por ocasião da visita do bispo ao delegado apostólico depois de ter examinado as Constituições escrita por Spinelli. Uma vez que a vestição das primeiras irmãs estava prevista para o mês de setembro, as Constituições já aprovadas facilitaria o consentimento do Papa.

Na carta escrita por Cipriani deixa em evidência que o novo Instituto deverá ser uma perfeita vida comum, na observância especial da castidade, pobreza e obediência, e a emissão do voto de perseverança depois da profissão.

Em uma carta do dia 24 de agosto de 1827, o Monsenhor Ciachi, escreve a data fixada para a vestição das primeiras irmãs, porém com o atraso da resposta, a cerimônia ficou marcada para o dia 23 de setembro de 1827.

No dia da fundação, Teresa Spinelli emite os votos simples de castidade, pobreza, obediência e perseverança, logo suas companheiras farão o mesmo que ela. Teresa expressou com clareza ao bispo as suas intenções num pedido oficial que enviou entre 9 de agosto à 9 de setembro de 1827:

“Teresa Spinelli e suas companheiras, desejam formar uma comunidade de Mestras Pias, de viverem sob a Regra e Constituições... Viver a vida comum, fazer os quatros votos simples de pobreza, castidade, obediência, e também de perseverança no Instituto para santificar elas mesmas, instruir crianças, manter a casa aberta para todas as jovens que queiram abraçar o Instituto e promover a glória de Deus e o bem ao próximo com a instrução”. ( Monsenhor Cipriani). [1]

 

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O decreto de ereção foi redigido aos 9 de setembro a Veroli e entregue a Teresa para colocá-lo na Igreja de Santo Agostinho nos dias que antecederam a fundação, para que fosse conhecido por todos.

Aos 23 de setembro finalmente acontece a vestição das “Mestras Pias” e a fundação do Instituto das Servas de Jesus e Maria. Este momento histórico não é só uma recordação das fontes internas da história da Congregação, mas também na imprensa nacional como resulta no n° 81 do Diário de Roma de 1827.

 

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Particularmente significativa a participação da população de Frosinone: as autoridades civis e alguns deputados que não se limitaram a estarem presentes que com generosidade tornaram-se os padrinhos do Mosteiro, policiais e a banda cívica, toda a população estava presente neste dia tão especial.

No arquivo geral da Congregação se conserva a folha com as perguntas do Bispo dirigidas as primeiras irmãs e as respostas:

 

Bispo – Nesta manhã o que vocês apresentam neste altar?

Candidatas – Desejo de ser admitida no número das Servas de Jesus e Maria e de receber o hábito.

Bispo – Sereis constantes e observareis com exatidão as vossas Regras, sofrendo com paciência os incômodos e cansaço que traz consigo o Instituto que querem abraçar?

Candidatas – Espero com o auxílio de Deus, com a assistência do meu Esposo Jesus, e a proteção de Maria Santíssima a cumprir tudo. Renuncio o mundo, as pompas, a vaidade e suas obras, e me declaro seguidora e esposa do meu Senhor Crucificado. [2]

 

As sete novas companheiras de Madre Teresa Spinelli foram: Caterina Toma (Roma) recebeu o nome de Irmã Caterina de São Paulo; Maria Turriziani (Frosinone) – Irmã Maria José de Santo André; Angelina (Sezze) – Irmã Maria Nazarena de São Tiago Maior; Marianna Salomoni (Terracina) – Irmã Maria Anna de São Tomás; Angela Reali (Roma) – Irmã Maria Rosa de São Tiago Menor; Teresa D’Arpino (Priverno) – Irmã Maria Crucificada dos Anjos da Guarda e Margherita Cuoci (Frosinone) – Irmã Luisa de São João, sendo ela uma das primeiras órfãs acolhida por Teresa com apenas quatorze anos. Teresa Spinelli assume o nome de Irmã Maria Teresa de São Pedro, da qual era muito devota. [3]

Desde o princípio a Fundadora mostrou-se uma alma muito autentica, cheia de fé, esperança e caridade, um amor extraordinário para com o próximo e para com Deus, um grande exemplo para as primeiras irmãs.

A virtude da caridade foi o mais importante na vida da Fundadora, sendo o eixo essencial na sua vida religiosa. A respeito da caridade para com Deus, a primeira biografia dedica um parágrafo sobre a espiritualidade de Teresa. Nestas páginas, Irmã Serafina Frattali explica que quando Spinelli falava de Deus para as coirmãs ficava em chamas de amor por Deus que fazia transparecer externamente:

“Em tais circunstâncias, quem a olhava ficava encantada de grande reverência por ela, e da beleza sobre-humana do seu olhar, radiante de amor celeste”. [4]

 

Frattali mesmo escreve o próprio testemunho, dizendo que se trata do depoimento de uma irmã que viveu com a Fundadora por onze anos, e deste modo sabe quem foi Teresa Spinelli.

“Bastava as vezes uma palavra de devoção para fazê-la transportar o seu espírito ao Sumo Bem e ali permanecer longo tempo. Isto acontecia muitas vezes em que nos reuníamos perto dela trabalhando, no tempo da recreação, e ela dizia: ‘Cantai qualquer cançãozinha’... e no piedoso concerto parecia não estar mais neste mundo, era arrebatada por Deus... rapidamente contemplava a grandeza do Divino, a Potência, a sua Bondade e outros atributos de Deus...tanto inflamava quem a ouvia, no desejo de amar a Deus com maior perfeição”. [5]

Para Madre Teresa Spinelli, a caridade para com Deus consistia no desejo de em tudo agradar somente a Deus, empenhando na busca de Sua Vontade:

“Eu desejo esperar no desejo que tenho de agradar somente a Deus, e de não fazer nada que a Ele desagrada, onde não está o seu beneplácito nada quero: Ele é o Senhor, Ele tire e coloque aquilo que é do Seu agrado. Só Deus, uma só alma, aquilo que ao meu Deus não agrada, eu piso seja em qualquer coisa.” [6]

 

Sempre buscou ensinar as suas coirmãs não com palavras, mais com o próprio testemunho de sua vida, muitas vezes no silêncio. Ela reconheceu que através da busca e do cumprimento da vontade de Deus, podia alcançar a verdadeira alegria:

“A minha verdadeira alegria é fazer a Sua Santíssima vontade; as sólidas virtudes serão as verdadeiras

alegrias, as verdadeiras flores, e estas eu quero... que me adiantariam ter sofrido, e depois não tivesse as

sólidas virtudes!”. [7]

 

Madre Maria Teresa Spinelli demonstrou que a caridade se vivia nas coisas ordinárias da vida, deixando antes de sua morte o legado da caridade como última recordação a observância da Regra, a união e a caridade:

“Vos deixo por meu testamento a caridade. Esta casa seguiu em frente com Caridade, cessando esta, cessará a Casa”. E acrescentou: “Vos abençoo em nome de Deus”. [8]

 

Pela manhã no dia 22 de janeiro de 1850, a Fundadora de Mosteiro de Frosinone deixa a vida terrena para se unir eternamente com o Esposo Jesus, morre serenamente no  momento da celebração da Santa Missa.

 

Irmã Graciele Sales Silva, asjm

 

[1] ATTI SPIRITUALI, (1825-1833). Positivo, p. 229;

[2] Archivio, Casa Generalizia (AGSGM, B-2);

[3] Archivio, Casa Generalizia;

[4]  Carta, n.6;

[5] Consacrazione all’Amore, p. 110-112;

[6] Carta, n.27;

 

[7] Carta, n.50;

[8] Consacrazione all’Amore, p.130.

 

 
"Paguei um alto preço por ti, não posso te perder!"
Jesus à Venerável Madre Teresa Spinelli