Particularmente significativa a participação da população de Frosinone: as autoridades civis e alguns deputados que não se limitaram a estarem presentes que com generosidade tornaram-se os padrinhos do Mosteiro, policiais e a banda cívica, toda a população estava presente neste dia tão especial.
No arquivo geral da Congregação se conserva a folha com as perguntas do Bispo dirigidas as primeiras irmãs e as respostas:
Bispo – Nesta manhã o que vocês apresentam neste altar?
Candidatas – Desejo de ser admitida no número das Servas de Jesus e Maria e de receber o hábito.
Bispo – Sereis constantes e observareis com exatidão as vossas Regras, sofrendo com paciência os incômodos e cansaço que traz consigo o Instituto que querem abraçar?
Candidatas – Espero com o auxílio de Deus, com a assistência do meu Esposo Jesus, e a proteção de Maria Santíssima a cumprir tudo. Renuncio o mundo, as pompas, a vaidade e suas obras, e me declaro seguidora e esposa do meu Senhor Crucificado. [2]
As sete novas companheiras de Madre Teresa Spinelli foram: Caterina Toma (Roma) recebeu o nome de Irmã Caterina de São Paulo; Maria Turriziani (Frosinone) – Irmã Maria José de Santo André; Angelina (Sezze) – Irmã Maria Nazarena de São Tiago Maior; Marianna Salomoni (Terracina) – Irmã Maria Anna de São Tomás; Angela Reali (Roma) – Irmã Maria Rosa de São Tiago Menor; Teresa D’Arpino (Priverno) – Irmã Maria Crucificada dos Anjos da Guarda e Margherita Cuoci (Frosinone) – Irmã Luisa de São João, sendo ela uma das primeiras órfãs acolhida por Teresa com apenas quatorze anos. Teresa Spinelli assume o nome de Irmã Maria Teresa de São Pedro, da qual era muito devota. [3]
Desde o princípio a Fundadora mostrou-se uma alma muito autentica, cheia de fé, esperança e caridade, um amor extraordinário para com o próximo e para com Deus, um grande exemplo para as primeiras irmãs.
A virtude da caridade foi o mais importante na vida da Fundadora, sendo o eixo essencial na sua vida religiosa. A respeito da caridade para com Deus, a primeira biografia dedica um parágrafo sobre a espiritualidade de Teresa. Nestas páginas, Irmã Serafina Frattali explica que quando Spinelli falava de Deus para as coirmãs ficava em chamas de amor por Deus que fazia transparecer externamente:
“Em tais circunstâncias, quem a olhava ficava encantada de grande reverência por ela, e da beleza sobre-humana do seu olhar, radiante de amor celeste”. [4]
Frattali mesmo escreve o próprio testemunho, dizendo que se trata do depoimento de uma irmã que viveu com a Fundadora por onze anos, e deste modo sabe quem foi Teresa Spinelli.
“Bastava as vezes uma palavra de devoção para fazê-la transportar o seu espírito ao Sumo Bem e ali permanecer longo tempo. Isto acontecia muitas vezes em que nos reuníamos perto dela trabalhando, no tempo da recreação, e ela dizia: ‘Cantai qualquer cançãozinha’... e no piedoso concerto parecia não estar mais neste mundo, era arrebatada por Deus... rapidamente contemplava a grandeza do Divino, a Potência, a sua Bondade e outros atributos de Deus...tanto inflamava quem a ouvia, no desejo de amar a Deus com maior perfeição”. [5]
Para Madre Teresa Spinelli, a caridade para com Deus consistia no desejo de em tudo agradar somente a Deus, empenhando na busca de Sua Vontade:
“Eu desejo esperar no desejo que tenho de agradar somente a Deus, e de não fazer nada que a Ele desagrada, onde não está o seu beneplácito nada quero: Ele é o Senhor, Ele tire e coloque aquilo que é do Seu agrado. Só Deus, uma só alma, aquilo que ao meu Deus não agrada, eu piso seja em qualquer coisa.” [6]
Sempre buscou ensinar as suas coirmãs não com palavras, mais com o próprio testemunho de sua vida, muitas vezes no silêncio. Ela reconheceu que através da busca e do cumprimento da vontade de Deus, podia alcançar a verdadeira alegria:
“A minha verdadeira alegria é fazer a Sua Santíssima vontade; as sólidas virtudes serão as verdadeiras
alegrias, as verdadeiras flores, e estas eu quero... que me adiantariam ter sofrido, e depois não tivesse as
sólidas virtudes!”. [7]
Madre Maria Teresa Spinelli demonstrou que a caridade se vivia nas coisas ordinárias da vida, deixando antes de sua morte o legado da caridade como última recordação a observância da Regra, a união e a caridade:
“Vos deixo por meu testamento a caridade. Esta casa seguiu em frente com Caridade, cessando esta, cessará a Casa”. E acrescentou: “Vos abençoo em nome de Deus”. [8]
Pela manhã no dia 22 de janeiro de 1850, a Fundadora de Mosteiro de Frosinone deixa a vida terrena para se unir eternamente com o Esposo Jesus, morre serenamente no momento da celebração da Santa Missa.
Irmã Graciele Sales Silva, asjm
[1] ATTI SPIRITUALI, (1825-1833). Positivo, p. 229;
[2] Archivio, Casa Generalizia (AGSGM, B-2);
[3] Archivio, Casa Generalizia;
[4] Carta, n.6;
[5] Consacrazione all’Amore, p. 110-112;
[6] Carta, n.27;
[7] Carta, n.50;
[8] Consacrazione all’Amore, p.130.