Hoje é um dia especial. Celebramos a festa de uma grande Santa: Mônica, a mãe do grande Agostinho. Os santos não são estéreis, mas fecundos. Santos geram santos. Vamos recordar de situações da vida dessa mulher que nos mostra como Deus a agraciou com tantas virtudes.
Já na juventude, o Senhor a corrige por meio de uma criada. Ela era responsável por ir até a adega e buscar o vinho para as refeições. Mas, em certa ocasião provando gota a gota, bebeu quase um copo. Houve um desentendimento entre Mônica e sua serva que a chamou de Bêbada. Fato que acolhe com docilidade, pois se envergonhou de sua falta e se corrigiu para sempre.
Casou-se com Patrício que era pagão. Desejava ardentemente conquistá-lo para Deus. Por isso, foi capaz de suportar traições e desprezo e ser submissa. O jovem Agostinho ainda longe da fé não compreendia como sua mãe poderia ser tão afetuosa com alguém que lhe enganava. Diferentemente de suas amigas que por muitas vezes sofriam com a violência de seus esposos, Mônica não padecia desse mal, pois sabia como agir nos momentos de fúria de seu marido.
As escravas iam fazer calúnias a respeito da mãe de Agostinho para a sua sogra. Tanto as escravas como a sogra eram tratadas com delicadeza por Mônica, ou seja, não havia nenhum motivo para tais afirmações. Mas, reconhecendo que eram verdadeiras calúnias, a mãe de Patrício denunciou a perversidade das servas ao filho que mandou as açoitar. A própria sogra disse que faria o mesmo com quem viesse contar mentiras contra sua nora. Depois desse fato desfrutaram de um grande afeto que nunca desapareceu.
Mônica começa a ter consolação de suas dores. Patrício pediu o batismo, renascendo à vida em suas águas santificadas, purificando-se, mais e mais, pela penitência, e morrendo como cristão. Mas, ainda derrama lágrimas por seu filho Agostinho.
Vejamos o que diz o próprio Agostinho sobre a viuvez de sua mãe: ʺSabeis, oh, meu Deus, o que era então minha mãe: uma viúva casta, sóbria e cheia de caridade para com os pobres, prestando aos Santos toda a espécie de homenagens e serviços, não deixando passar um dia sem assistir ao Santo Sacrifício da Missa, sendo tão assídua na Igreja, que, diariamente nela permanecia muito tempo recolhida, silenciosa e ocupada em comunicar-se convosco e escutar-vosʺ.
Agostinho vai para Milão deixando sua mãe, a mulher com quem vivia e seu filho. Nem mesmo isso foi uma barreira intransponível para Mônica que logo foi atrás de seu filho. Ela jamais imaginava que ali ia acontecer o que profetizou um bispo em tempos passados, isto é, não se perderia um filho de tantas lágrimas. Agostinho se encontra com Ambrósio a quem visa primeiramente combater e depois acaba sendo convencido por seu modo de expor as Sagradas Escrituras e acaba se convertendo. Mas, o encontro com Santo Ambrósio também trouxe mudanças para a vida da Mãe de Agostinho. Ela tinha o costume de levar a cesta com os alimentos rituais e distribui-los nos túmulos dos santos. Santo Ambrósio havia proibido tais rituais, Mônica acolheu com serenidade tal proibição.
Agostinho é batizado. Para Mônica essa vida não tem mais nada a oferecer. Tudo o que ela desejou ver aqui já tinha visto, isto é, aqueles que Deus lhe confiou pertos de Deus. Resta-nos dizer que Deus fez na vida do filho de Mônica muito mais do que ela mesmo desejou. Não se perdeu o filho de tantas lágrimas. Estas lágrimas regaram a santidade de um grande homem, doutor e bispo que até hoje recordamos.