Celebramos nesta Solenidade de todos os Santos os 200 anos do chamado vocacional da Venerável Madre Maria Teresa Spinelli que no dia 01 de novembro de 1820, em Roma (Itália) na igreja de Santa Maria de Monticelli, durante a celebração eucarística e com o coração absorto em Deus na ação de graças, compreende sua vocação, seu chamado à vida contemplativa e apostólica.
Ao visualizar Santo Agostinho, Santa Teresa de Jesus, São Pedro, São Paulo, voltados para o crucifixo, o tabernáculo, o céu e a Santíssima Trindade sob o Olho de Deus que tudo vê e nos “cerca de carinho e proteção” (Sl.124) o seu coração se dilata de amor e de paz, pois tem a certeza de que esses santos a ajudariam cumprir o que Deus lhe inspirara.
Teresa sentia-se impulsionada a dar sua vida pela Igreja, a empenhar-se radicalmente na vivência das bem aventuranças, como é próprio da vida de todos os santos, ela estava decidida: queria ser santa! E como todo santo, ela não o queria sozinha, desejava que cada um de nós seus filhos fôssemos verdadeiramente “buscadores de Deus”, somente assim, faremos sua santíssima vontade seremos santos. “Quanto será belo o Céu! Reino daquele Deus que nós servimos! Mas quanto será mais bonito para nós se nos seguirão mais fileiras de almas conquistadas com as nossas fadigas, valorizadas dos méritos de Jesus Cristo, de outra forma o que poderemos nós? Nada!” (carta n°118).
A veneração dos santos com certeza nos ajuda a trilharmos um caminho de sublime amor a Deus e aos irmãos, e isto não vem de nós, pois é sobrenatural. Santo Agostinho, ao se deparar com a vida dos santos com um ato de profunda confiança afirmava: “se eles puderam, por que eu não?”. São Bernardo diz que: “Se veneramos os santos, sem dúvida nenhuma, o interesse é todo nosso, não deles. Eu por mim, confesso, ao recordar-me deles, sinto acender-se um desejo veemente”. Os santos foram e são aqueles que, apoiados na graça a buscam a vivência radical das bem aventuranças. Nossa Fundadora, enxergou isto na vida de Santo Agostinho, Santa Teresa, São Pedro e São Paulo, a ponto de pedir que fosse pintado num quadro aquilo em que após sete anos com a fundação da Congregação estaria estampado não apenas numa moldura mas também de forma profunda em.sua alma e em seu coração e unidas a outras jovens tornaria-se uma espiritualidade tão fecunda para a salvação das almas e para a glória de Deus.
Quão bem aventurada Santa Teresa de Jesus nossa protetora, pobre de si e rica da presença de Deus, também pura flor que orna a santa Igreja com seus ensinamentos e caminho de perfeição para amar a Nosso Senhor Jesus ; bem aventurado Santo Agostinho, nosso Pai espiritual, que soube chorar profundamente suas misérias diante da imensa bondade e misericórdia de Deus e assim seu pranto convertera-se em alegria na qual a alma em júbilo permitiu- se pela graça com um coração manso possuir aquilo que tanto buscava: a Verdade, ou seja, o próprio Jesus que é o Caminho, a Verdade e a Vida. Oh! Felizes, bem aventurados São Pedro e São Paulo, colunas da Igreja, sedentos, famintos pela justiça de Deus,perseguidos, caluniados, mas em tudo pacíficos e misericordiosos, que deram suas vidas e foram fiéis até o fim: “Senhor tu sabes tudo, tu sabes que te amo” (Jo. 21,17); “combate o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” ( 2 Tim. 4,7).
Sim, alegremo-nos! Somos felizes pois esse é o resumo do chamado da nossa Fundadora e imersos nesse mistério ela deseja que também estejamos! Que juntamente com Santo Agostinho, Santa Teresa, São Pedro e São Paulo estejamos nós voltados e atraídos para o altar, à santa Cruz, onde imolamos com toda a Igreja nossa vida para a salvação das almas.
Adoremos Jesus Eucarístico, visitemos com frequência o sacrário onde está Jesus escondido, que a Virgem Maria que é representada pelo tabernáculo nos mostre seu Divino Filho que , com os olhos da fé contemplemos a Santíssima Trindade que mesmo sendo três pessoas (representada pelo triângulo) é um só Deus ( olho no meio do triângulo) significando que estamos sob o olhar de Deus sempre atento às necessidades de seus filhos: “ Dos altos céus o Senhor olha e observa; ele se inclina para olhar todos os homens. Ele contempla do lugar onde reside e vê a todos os que habitam sobre a terra. Ele formou o coração de cada um e por todos os seus atos se interessa" (Sl. 32). Nos resta corresponder a tamanha generosidade de Deus e amando-o de volta, se não perdermos de vista a Santíssima Trindade, como nos ensinou a Fundadora e se “este amor nos seja impresso no coração, tudo nos será mais fácil: faremos grandes coisas muito depressa e com pouco trabalho", segundo Santa Teresa de Jesus.
Portanto, avante! O céu é logo! Desejemos ardentemente o céu. Não nos falta nada. Mais que contemplar com os olhos contemplemos com o coração este quadro e que também possa ser impresso em nossos corações o mistério que o envolve: amor, oração e doação! Que Madre Teresa Spinelli, Santo Agostinho, Santa Teresa, São Pedro e São Paulo e todos os santos interceda para nós e que vivamos de forma autêntica a nossa vocação primeira que é a união com Deus e a santidade.